Já é bastante conhecida a relação entre doenças crônicas e alterações emocionais, e na esclerose múltipla (EM) isso não é diferente. Vários estudos comprovam que a doença é associada a consequências psicológicas, comportamentais e emocionais.
O risco de um paciente apresentar algum distúrbio emocional é maior que em populações saudáveis e até mesmo naqueles com outras comorbidades. Tais distúrbios, como a depressão e ansiedade, acontecem em até 50% dos pacientes e impactam negativamente a evolução da EM. Podem acarretar baixa adesão ao tratamento, diminuição da funcionalidade, piora da qualidade de vida e até mesmo aumento do risco de suicídio.
Entretanto, o diagnóstico desses transtornos pode ser desafiador, uma vez que alguns dos seus sintomas também acontecem na EM. Assim, é importante que o neurologista pesquise ativamente essas alterações para reduzir o número de diagnósticos não feitos e assim fornecer tratamento adequado.
Seja com os primeiros sintomas, no momento do diagnóstico ou ao pensar nas evoluções possíveis, sempre podem surgir emoções negativas. Raiva, tristeza, medo, sentimento de injustiça, todos esses são comuns. Mas as causas dos distúrbios psicológicos não são esses sentimentos em si. O importante é entender como as pessoas interpretam os acontecimentos e como elas lidam com as emoções que surgem. Algumas reagem com respostas não adaptativas, ou seja, respostas que apenas mantêm e aumentam o mal-estar.
Existem várias dessas respostas, mas as mais comuns são:
Como dito antes, essas são atitudes não saudáveis de enfrentar os problemas surgidos durante a vida e acabam gerando distúrbios psicológicos. Por isso devem ser o foco da atenção: como o paciente tem lidado com as situações desagradáveis que experimenta?
As emoções são fundamentais para a vida humana: ajudam a lembrar o que é importante, reconhecer o perigo e a tomar decisões. O problema não está em sentir as emoções desconfortáveis, mas na forma como as pessoas lidam com elas. Por isso é de extrema importância que existam ferramentas para auxiliar nesse processo e assim diminuir os transtornos psicológicos vividos.
A seguir estão alguns exemplos de instrumentos que podem ser utilizados para treinar a habilidade de lidar melhor com as emoções:
Existem diversos estudos na busca das melhores intervenções para o tratamento dessas alterações emocionais. A abordagem psicológica é uma ferramenta imprescindível nesse processo. A ideia é que o indivíduo (e não sua doença) deve ser o foco do tratamento, o chamado tratamento transdiagnóstico. O método que já é utilizado no tratamento de diversos distúrbios emocionais também pode ser útil para pacientes com EM. A terapia permite que o paciente tenha consciência das suas emoções e reconheçam a influência que elas causam nas suas atitudes. Além disso, auxilia na adoção de estratégias de enfrentamento aos desafios surgidos durante a progressão da doença.
“Prestar atenção de uma maneira particular: propositalmente, no momento presente, e sem julgar”
Kabat-Zinn, 1994
Mindfulness é uma técnica de meditação com efeitos benéficos comprovados sobre a saúde física e mental em pacientes com EM. Aqui o indivíduo treina a observação tranquila e equilibrada do que está ao seu redor e das suas reações mentais e emocionais. Praticando o direcionamento da atenção, o paciente tem mais controle de seu pensamento. Assim, evita passar um longo tempo recordando eventos do passado ou se preocupando com as consequências futuras de sua doença.
A yoga, originada na Índia há milhares de anos, tem ganhado atenção em diversos cenários no mundo atual. Envolve atividade física, exercícios respiratórios, meditação e prática espiritual. Hoje a prática se tornou um meio popular de promover bem-estar físico e mental e mostrou benefício em diversas doenças. Pacientes com EM que realizaram yoga experimentaram redução da fadiga, melhora do equilíbrio físico e do humor.
Houve uma época em que se recomendava a pacientes com EM que evitassem exercícios de resistência por medo de que acelerassem a progressão da doença. Hoje já é comprovado que a prática de atividade física traz inúmeros benefícios a esses pacientes. Não há ainda a definição de qual exercício seria melhor, mas a certeza é que todas as formas trazem impactos positivos. Segundo estudos, a prática de exercícios aeróbicos, musculação ou natação trazem melhora da força, equilíbrio, redução da dor e estresse.
Receber o diagnóstico de EM e conviver com as alterações que surgem com a doença pode ser extremamente desafiador. É comum que apareçam emoções negativas como medo, raiva e tristeza, e é importante reconhecê-las e aceitá-las. Porém, também é preciso buscar meios que ajudem a lidar com elas de forma saudável, o que proporciona uma vida mais leve e feliz.
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