Ansiedade, depressão e esclerose múltipla

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Os pacientes com esclerose múltipla (EM) possuem um risco mais alto de desenvolver ansiedade e depressão do que a população em geral e essas doenças podem piorar a qualidade de vida e impactar no tratamento da esclerose múltipla. Estima-se que 30% desses pacientes possuem transtorno de ansiedade e/ou depressão que podem ser agravadas por vários fatores como o curso imprevisível da EM, suporte social insuficiente e alterações imunológicas e inflamatórias do organismo.

Como a ansiedade e a depressão impactam na vida do paciente com EM

A depressão e a ansiedade podem afetar negativamente a saúde dos pacientes com EM ao piorar a qualidade de vida, prejudicar a aderência ao tratamento além de aumentar o risco de suicídio. A doença mental na esclerose múltipla é um preditor mais importante da qualidade de vida desses pacientes do que os sintomas físicos e o prejuízo neurológico. Além disso, ao longo do curso da EM a ansiedade e a depressão se tornam mais comuns e tendem a se agravar. Dessa forma, os sintomas dessas doenças devem ser explorados ativamente pelo médico e conhecidos pelo paciente para possibilitar o diagnóstico e tratamento precoces.

Sintomas de depressão na esclerose múltipla

Os sintomas de depressão na esclerose múltipla não se diferem dos sintomas de uma pessoa deprimida sem EM. Os sintomas de depressão são:

  • Humor deprimido.
  • Perda de interesse ou prazer em todas ou quase todas as atividades
  • Sensação de tristeza, vazio, desesperança
  • Perda de energia
  • Insônia ou aumento da necessidade de sono
  • Dificuldade de concentração e de memória
  • Perda ou ganho de peso.

Esses sintomas devem persistir por pelo menos duas semanas, o que os diferencia das variações de humor que podem ser normais. As alterações cognitivas e a fadiga, são sintomas comuns de depressão e esclerose múltipla, o que pode dificultar o diagnóstico de depressão ainda mais pela grande prevalência desses sintomas na EM. A fadiga, por exemplo, está presente em 65% dos pacientes com EM e geralmente é mais comum no período da tarde, enquanto na depressão ela ocorre mais frequentemente pela manhã. A dor é um sintoma presente em 30% dos pacientes com EM e que pode agravar os sintomas depressivos e deve ser tratada prontamente assim como a depressão e a ansiedade. Os pacientes com EM diagnosticados com depressão estão em risco aumentado de possuírem ou desenvolverem ansiedade e vice-versa.

Como reconhecer a ansiedade nos pacientes com EM

Os sintomas são medo e ansiedade impróprios e excessivos que podem estar associados a sudorese, palpitação e tensão muscular dentre outros. Indivíduos ansiosos com frequência superestimam o perigo nas situações que mais os incomodam. Os pacientes com esclerose múltipla apresentam mais frequentemente queixas cognitivas como, por exemplo, problemas de aprendizado, memória e concentração quando possuem também ansiedade. Outros fatores que estão associados a maiores níveis de ansiedade no paciente com EM são história de doença psiquiátrica, sintomas depressivos, e fadiga. Além disso, altos níveis de ansiedade e depressão estão associados a maior risco para suicídio.

Suicídio e EM

Pacientes com esclerose múltipla e doença mental como depressão e ansiedade devem ser perguntados sobre sinais de alarme para suicídio como:

  • Pensamentos de morte
  • Ideação suicida
  • Mudanças abruptas na saúde ou comportamento
  • Luto intenso
  • Estado de desesperança
  • Isolamento social
  • Abuso de substâncias como álcool
  • Preocupação em ser um fardo
  • Automutilação
  • Tentativa de suicídio prévia

Os pacientes que apresentam esses sinais devem procurar ajuda, mantendo acompanhamento mais próximo com o médico e com um serviço de saúde mental. Além disso, é importante o acompanhamento mais de perto da família e terem o acesso restrito a substâncias e dispositivos que possam trazer risco à saúde do paciente.

Tratamento da depressão e da ansiedade na EM

O tratamento envolve principalmente o uso de medicações antidepressivas ou que reduzem a ansiedade e terapia cognitiva comportamental. Outras estratégias que podem auxiliar no tratamento são exercícios físicos e estratégia de redução do estresse baseada em mindfulness que é uma forma de meditação. As doenças mentais como depressão e ansiedade possuem alta prevalência em pacientes com EM e devem ser investigadas em todas as consultas médicas já que possuem tratamento eficaz. O tratamento precoce impacta diretamente na qualidade de vida dos pacientes e na aderência ao tratamento, além de ter o potencial de reduzir a principal complicação que é o suicídio.

Referências

embrasil

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