Nesta segunda feira (23) o Ministério da Saúde antecipou a Campanha Nacional de Vacinação contra a Influenza, de forma a diminuir a quantidade de pessoas com gripe nesse inverno. Além disso, o órgão quer facilitar o diagnóstico do coronavírus (COVID-19) pelos profissionais de saúde, já que as doenças abrangidas pela imunização seriam descartadas após receber a dose da vacina
A dúvida que sempre vem à mente neste momento é: devo me vacinar? A vacina é segura para que tem esclerose múltipla (EM), Neuromielite óptica (NMO) e demais doenças desmielinizantes? Em não me vacinando, devo me preocupar? Iremos abordar estas questões neste texto, atualizando outro post aqui do portal já publicado sobre o tema.
A gripe é uma infecção aguda do sistema respiratório, provocado pelo vírus da influenza, com grande potencial de transmissão. O vírus da gripe (Influenza) propaga-se facilmente e é responsável por elevadas taxas de hospitalização.
Existem três tipos de vírus influenza (gripe) que podem infectar os seres humanos: A, B e C. Os vírus influenza A e B são responsáveis por epidemias sazonais, sendo o vírus influenza A responsável pelas grandes pandemias.
Sintomas gripais incluem calafrios (ou sensação de frio) e febre, dores pelo corpo (especialmente nas articulações) e garganta, fadiga e dores de cabeça. Já os resfriados são mais brandos e geralmente não trazem complicações graves como pneumonia.
Apesar de considerarmos a gripe uma doença infecciosa comum e aparentemente “inocente”, ela pode causar, assim como a COVID-19, a temida “síndrome respiratória aguda grave” (ou SRAG). Por ser grave, pode levar a óbito em alguns casos. Daí a preocupação com esta condição. Veja a seguir.
O número de mortes por gripe (influenza) vem aumentando ano a ano no Brasil. Segundo o Ministério da Saúde, de 2017 para 2018, tivemos um aumento de 146%, totalizando 839 óbitos no país. Já no ano de 2019 este número voltou a crescer, passando para 1.109 óbitos confirmados decorrentes de influenza, com predomínio do vírus Influenza A(H1N1).
Dentre os indivíduos que evoluíram com óbito por influenza, tinham pelo menos um fator de risco, incluindo doenças cardíacas, pulmonares e diabetes mellitus.
Tem-se aventado a possibilidade da baixa adesão à Campanha Nacional de Vacinação ter contribuído para o aumento no número de casos e mortes decorrentes da gripe (influenza). Foram necessários mais de três meses para atingir a meta de 90% do público-alvo.
Eis a primeira razão para se vacinar: estamos diante de uma doença com alta transmissibilidade, potencialmente grave e que pode ser efetivamente prevenida.
As primeiras pessoas a se vacinar são as gestantes, crianças até seis anos, mulheres até 45 dias após o parto e idosos, historicamente mais vulneráveis à doença. Posteriormente, os demais grupos.
Entre os grupos com indicação para vacinação estão todas as pessoas com doenças crônicas não transmissíveis e outras condições clínicas especiais independentemente da idade, estando a esclerose múltipla, a NMO e as demais doenças desmielinizantes aqui incluídas. Taí uma segunda razão para se vacinar para gripe: fazer parte dos grupos com indicação formal pelo Ministério da Saúde.
As vacinas em geral podem ser classificadas como “atenuadas” ou “inativadas”. Esta classificação é importante, pois pessoas com EM podem ter sua condição exacerbada após o uso de vacinas atenuadas, devendo em geral evitá-las, como mencionamos neste outro post.
As vacinas para influenza (gripe), hepatite B, varicela e tétano são consideradas seguras para pessoas com esclerose múltipla.
Especificamente em relação à influenza, a vacina foi extensivamente investigada em indivíduos com EM e é considerada bastante segura, independentemente da medicação modificadora de doença que estejam utilizando. Uma ressalva é para os pacientes em tratamento com Lemtrada®, que devem receber a dose da vacina seis semanas antes da infusão da medicação.
Ainda que possam existir, muito raramente, exacerbações da doença decorrente da própria vacinação, a recomendação de vacinar visa justamente diminuir o risco de surtos da EM decorrentes das infecções que são prevenidas, além de proteger a pessoa da própria infecção.
Talvez este seja um conhecimento novo para você: as exacerbações da EM podem ser desencadeadas por eventos exógenos, sendo os mais bem documentados as infecções virais das vias aéreas superiores (gripes, resfriados, sinusites, infecções de garganta). Este seria o terceiro argumento a favor da vacinação.
Uma ressalva apenas: deve-se ter em mente que as recomendações sobre a utilização de vacinas podem variar de caso para caso, sendo que as decisões sobre os potenciais benefícios e riscos de qualquer imunização devem ser feitas em consulta com seus médicos assistentes, na dependência também das medicações em uso.
Concluindo, vimos algumas razões que embasam a vacinação para gripe (influenza) em pessoas com esclerose múltipla. Lembramos que as medidas preventivas que já estamos adotando para a COVID-19 também são válidas para a influenza, incluindo a limpeza das mãos e etiqueta da tosse.
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