O transplante de medula óssea, ou de células-tronco, tem ganhado repercussão na mídia recentemente. Chamado de transplante autólogo de células-tronco hematopoiéticas (TACTH), nesta modalidade, as células-tronco do próprio paciente são reinfundidas para recompor seu sistema imune. Conheça a seguir as indicações, taxas de sucesso e quais os riscos associados ao procedimento.
No contexto da esclerose múltipla (EM), o transplante surgiu como uma possibilidade terapêutica baseado na observação de estudos em que altas doses de quimioterapia e / ou irradiação corpórea total poderiam suprimir o sistema imune, levando à remissão da doença. O transplante tornou-se, desta forma, uma possibilidade terapêutica real de reconstituição imunológica nos pacientes com EM refratários ao tratamento clínico com os imunomoduladores, imunossupressores e anticorpos monoclonais.
Recomenda-se o uso do transplante de células-tronco (TACTH) para os pacientes com esclerose múltipla nas seguintes situações:
Pacientes com a forma recorrente-remitente (EMRR) com incapacidade moderada, que consigam deambular sozinhos ou, no máximo, com o apoio de uma bengala, que tenham surtos frequentes ou com lesões novas à ressonância magnética, e não tenham respondido a pelo menos duas linhas de tratamento;
Pacientes com a forma secundariamente progressiva (EMSP) com surtos ou primariamente progressiva (EMPP), mas com lesões novas à ressonância magnética e piora clínica confirmada ao longo do último ano;
Pacientes com uma das formas acima que dependam de andador ou estejam restritos ao leito, cuja evolução venha sendo muito rápida, “fulminante”.
As diretrizes da Sociedade Brasileira de Transplante de Medula Óssea e Transplante de Células Tronco Hematopoiéticas não recomendam o uso de transplante alogênico em pacientes com esclerose múltipla, quando utiliza-se células tronco de um doador compatível com o paciente.
O transplante (TACTH), na maioria dos serviços especializados neste método terapêutico, é dividido em cinco etapas:
A reconstituição imune e a total recuperação da quimioterapia do período de condicionamento ocorrem em um período médio de 3 a 6 meses.
Recomenda-se que o transplante (TACTH) seja realizado em centros de referência, que são centros hospitalares credenciados pelo Ministério da Saúde para realizar transplante de medula óssea. No Brasil, alguns centros são o Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo em são Paulo e em Ribeirão Preto e o Hospital Albert Einstein, em São Paulo.
Hoje, após mais de 20 anos do inicio da utilização clínica do transplante (TACTH), o European Bone Marrow Transplant (EBMT) Registry possui em seu banco de dados 469 pacientes com EM que foram submetidos ao procedimento, e o Consortium for International Bone Marrow Transplant Research (CIBMTR), inclusive com pacientes brasileiros, possui resultados de 143 pacientes submetidos ao TACTH.
Neste período, evidenciou-se redução marcante na mortalidade do procedimento, de 7.3% no período de 1995 a 2000, para 1.3% no período de 2000 à 2007. Dados publicados mais recentemente demonstrou que, dos 500 pacientes com EM que foram submetidos ao TACTH, 46% encontravam-se sem progressão clínica da doença após 5 anos e uma taxa de sobrevida neste grupo de 92%.
Um estudo do European Group for Blood and Marrow Transplantation Autoimmune Diseases Working Party database (EBMT, www.ebmt.org) em associação com o Consortium for International Bone Marrow Transplant Research (CIBMTR) encontra-se em andamento e tem por objetivo avaliar os resultados clínicos e de imagem de um seguimento maior dos pacientes com EM submetidos ao transplante (TACTH). Os resultados deste trabalho nos capacitarão a avaliar com maior grau de evidência a real indicação desta terapia na EM.
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Sou portadora Em,há 4ANOS,gostaria imensamente de fazer o transplante de células- tronco, tenho vários surtos, isso me interessei, de coração desejo ser atendida. Abraços
Prezados senhores.
Bom dia.
Tenho uma irmão com 55 anos de idade, portadora de EM há aproximadamente 13 anos. Iniciou tratamento com betaferon, sem sucesso, posteriormente com vitamina D e coadjuvantes, surtos menos recorrentes, contudo nenhuma melhora na marcha, na memória recente e nem do aneurisma ótico.
Não temos recursos financeiros para tratamento particular.
Gostaria de saber se há interesse em conhecer o caso.
Obrigada
Sou portador de EM há 4anos e preciso de tratamento não usei nenhum tipo de medicação nesse período do pulso terapia a três anos atrás.
Minha filha Cláudia com 43 anos tem ataxia cerebelar congênita está a 12 anos com a doença herdade de sua mãe já falecida e foi recomendado por uma clínica particular o transplante de célula tronco, não tenho recursos para o tratamento posso enviar exames para uma análise?
Prezado Rogério, procure o centro universitário mais próximo da cidade onde reside. Lá poderão dar a devida assistência.