As mulheres adultas em dado momento vital apresentam a vontade em estabelecer um vinculo de cuidados com outro ser humano. Este contato, para contar com a formação de empatia e maior tempo de estabilidade, responsabilidade, carinho e sentimento de amor, poderá ser assistido desde o cuidado com a nutrição até o melhor momento para se descansar. É tornar-se mãe, cujo principal fator é cuidar do “outro”, como se cuida de sua própria existência. Ter um bebê para grande parte da população feminina é ter alguém que, enfim, poderão chamar de “meu”, fenômeno este que pode ser bem observado desde a gestação até por volta dos 18 anos de idade do fruto, caracterizando a próxima etapa de vida familiar. Neste momento ocorrerá um novo nascimento daquele mesmo indivíduo, que outrora fora um pequeno ser humano, mas que com a chegada da fase adulta, advém opiniões próprias e atitudes nem sempre tão aceitáveis.
A decisão em gestar é bastante nobre diante de tudo que nos é apresentado por quase todos, denomino eu, os “controles sociais”: a típica grande mídia. Artes das mais diversas que tentam o convencimento ao contrário de toda esta nobreza maternal. Imaginemos então quando, uma doença que afeta o sistema nervoso central por uma disfunção imunológica, hoje completamente tratável, em que muitos pesquisadores em saúde permanecem buscando melhor qualidade de vida – seja com medicações modificadoras da doença, seja com o tempo debruçados, estudando e protocolando tantos novos saberes a fim de amenizar sintomas desconfortáveis; buscando as causas, prognósticos e tempo de evolução e terapia capaz da estabilização da doença em atividade. A decisão de uma gestação pode parecer caótica muitas vezes, por parte de mulheres e suas famílias, que uma vez diagnosticadas tornam se “impacientes” em busca de maiores conhecimentos sobre seu possível diagnostico: A Esclerose Múltipla!
As mulheres adultas jovens, em idade fértil apresentam, então, questões norteadoras na sequencia de toda investigação diagnóstica:
– Vou poder ter filhos um dia?
– Vou tomar medicações por toda minha vida?
– Qual o melhor momento?
– E o meu bebê, também terá esclerose múltipla?
Com isso em mente, dentre estas e ainda outras questões existentes, na qualidade de obstetriz, eu e minha formação pretendemos auxiliar no esclarecimento destes nobres questionamentos. Afinal, quem escolhe a Obstetrícia como carreira, como eu, deve demandar tempo e cuidado com tantas outras vidas. Em tradução da palavra Obstetrícia/Obstare, “Estar perto…”, “Acompanhar…”, “Estar junto” de mulheres, suas famílias e o coletivo do entorno, me apresentam.
Neste blog de caráter informativo, a Obstetriz pretende esclarecer dúvidas e estabelecer contato próximo de mulheres que, por enquanto e por “decisão do Universo”, foram um pouco desafiadas, escolhidas a viver momentos intensos com o enfrentamento de uma doença que poderá apresentar sintomas nem sempre tão bons como no caso de fadiga, tristeza, mas que, além de tudo, permanecem mulheres, e são sim capazes em gestar, se assim o desejarem. Sem é claro deixar de citar questões ginecológicas e frisar que o trabalho em equipe é, e para sempre será, o melhor caminho a seguir. A vontade da mulher, uma avaliação ginecológica criteriosa, a ausência de surtos/manifestações clínicas ativas da Esclerose Múltipla – que, aliás, havia até me esquecido de citá-la – estão dentre os passos em o seu neurologista, em uma conversa aberta, dotada de intensa confiabilidade, poderá então manifestar suas reais experiências, auxiliando, planejando e posicionando cada mulher quanto sua situação de saúde.
Até breve!
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