O tratamento da esclerose múltipla (EM) sofreu grande evolução nas últimas duas décadas a ponto de, nos dias de hoje, permitir ao especialista passar tranquilidade e esperança para pacientes recém diagnosticados e mesmo para aqueles com sintomas e diagnóstico há mais tempo.
Além de abordagem ampla envolvendo estilo de vida, nutrição, atividade física e aspectos emocionais – que vale para todos – para aqueles com as formas recorrentes da esclerose múltipla estão aprovados medicamentos denominados de imunomoduladores (drogas modificadoras de doença), assim chamados por atuarem no desarranjo existente no sistema imune.
Outro grande avanço que merece destaque no tratamento se deu com a descoberta da necessidade de se corrigir adequadamente a deficiência do hormônio vitamina . Quando em níveis baixos, pode contribuir para o processo inflamatório da EM. As doses empregadas variam de paciente para paciente, almejando-se um nível adequado deste hormônio.
Os primeiros imunomoduladores, considerados medicamentos de primeira linha no tratamento, são empregados por meio de injeções intramusculares ou subcutâneas. Mais recentemente, foram desenvolvidos imunomoduladores para uso por via oral, sendo o primeiro deles o fingolimode. Podem ser empregados ainda os imunossupressores, mais fortes que os anteriores, para os casos mais severos.
Os imunomoduladores diminuem a ocorrência dos surtos e muitos indivíduos deixam inclusive de apresentá-los após o início da medicação, sendo alguns destes candidatos a terem seus medicamentos suspensos após cinco ou mais anos de tratamento. Em outros casos, entretanto, o medicamento pode não surtir qualquer efeito, sendo em geral substituído após um período de 6 a 12 meses de uso. Seu médico irá trabalhar em colaboração com você para encontrar o medicamento que funcionará melhor no seu caso, tentando evitar possíveis efeitos colaterais pertinentes a cada um deles.
No caso da EM recorrente-remitente o seu médico poderá escolher uma das drogas modificadoras da doença. Elas são chamados de modificadoras da doença pois podem realmente retardar a progressão da esclerose múltipla e prevenir recaídas. Essas drogas funcionam moderando o sistema imunitário de modo que não ataque o revestimento protetor (mielina) que envolve os neurônios.
Listamos abaixo as drogas modificadoras de doença disponíveis para uso no Brasil:
De uso subcutâneo ou intramuscular:
- Interferona beta 1a (Avonex, Rebif)
- Interferona beta 1b (Betaferon)
- Acetato de glatiramer (Copaxone)
De uso oral:
- Fingolimode (Gilenya)
- Teriflunomida (Aubagio)
- Fumarato de dimetila (Tecfidera)
- Cladribina (Mavenclad)*
De uso intravenoso:
- Natalizumabe (Tysabri)
- Alemtuzumabe (Lemtrada)*
- Ocreluzumabe (Ocrevus)*
- Mitoxantrona (Novantrone)*
*Fármacos ainda não disponíveis para dispensação na rede pública (SUS).
Encontre nos textos a seguir mais informações sobre o tratamento da Esclerose Múltipla.