A medicina complementar e alternativa (CAM) inclui uma ampla variedade de intervenções, dentre elas o uso de suplementos, dietas e ainda técnicas de meditação e Tai Chi. A maioria é considerada fora do campo da medicina convencional, embora outras, incluindo vitamina D, exercícios, estratégias de acupuntura, por exemplo, vem ganhando espaço no atendimento em virtude de estudos científicos.
Este tema é importante um a vez que provavelmente você esteja interessado em modificar sua dieta e utilizar suplementos para reduzir potencialmente a gravidade e os sintomas da doença.
Diversas vitaminas e suplementos alimentares foram recentemente explorados em modelos animais e por pacientes com esclerose múltipla. A maioria dos testes em humanos tem sido pequena (estudos “não cegos”, quando a pessoa sabe o que está usando), limitando sua generalização.
Estudos realizados e em andamento
Atualmente, a biotina (vitamina B7) e a vitamina D em diferentes doses estão sendo testadas em grandes ensaios clínicos randomizados. Estudos menores estão em andamento ou planejados para outros suplementos, como ácido lipóico e probióticos.
Outras substâncias que já foram testadas, com diferentes resultados, incluem:
- Vitaminas: vitamina A, vitamina B1 (tiamina), vitamina B2 (riboflavina), vitamina B3 (niacina), vitamina b5 (ácido pantotênico), vitamina B6 (piridoxina), vitamina B9 (ácido fólico), vitamina B12, vitamina C e vitamina E.
- Cafeína, coenzima Q10, carnitina, creatina, curcumina, Ginkgo biloba, chá verde e ômega 3.
Ômega 3
Em relação à suplementação de ômega 3, os resultados das investigações clínicas e dos estudos feitos com animais sugerem benefício em se utilizar preparações mais concentradas de EPA / DHA no tratamento da EM, porém estudos adicionais são necessários para se definir dose e forma de suplementação.
Isto se deve provavelmente devido à discrepância entre as diferentes pesquisas, como dosagem de EPA / DHA, a duração do estudo e os métodos de avaliação possam ter influenciado os diferentes resultados.
Sabemos, entretanto, que as gorduras ômega 3 são essenciais no silenciamento de genes críticos para o início e progressão da EM, devendo fazer parte de uma dieta saudável.
Vitamina D
Atualmente, a única vitamina (que é na verdade um pró-hormônio) com evidência suficiente apoiar a suplementação de rotina para pacientes com esclerose múltipla é a vitamina D. Quando se fala “de rotina” seria, no caso, para todos os pacientes, salvo exceções.
Assim, devemos sempre tratar a deficiência de vitamina D, seja através da correta exposição solar (para aqueles que a podem fazer, seja por questões dermatológicas ou de tempo) ou pela suplementação, objetivando níveis entre 40 a 60 ng/ml.
O consenso brasileiro recomenda sua suplementação até o nível de 100 ng/ml como segura. Valores acima deste limite carregam risocs, havendo casos de intoxicação por uso de altas doses de vitamina D, incluindo internação em UTI com insuficiência renal aguda. Manutenção de níveis acima destes preconizados são alvos de estudo e devem ser conduzidos dentro de ambiente de pesquisa acadêmica.
É importante relatar para seu médico quais suplementos você está tomando e se informar sobre quaisquer dados de eficácia conhecidos, juntamente com possíveis interações medicamentosas e efeitos adversos de suplementos individuais.
Uma vez que os suplementos e vitaminas não estão sujeitos à mesma supervisão regulatória que medicamentos prescritos, recomenda-se que vitaminas e suplementos sejam comprados de fabricantes conhecidos. Prescrições individualizadas podem ser feitas caso a caso.