Apesar da ciência não ter, até então, a cura para a Esclerose Múltipla (EM), mas até então formas de manutenção, estabilização e prevenção, o avanço em pesquisas têm nos permitido compreender cada vez mais os mecanismos desta complexa doença de cunho inflamatório e neurodegenerativo.
Um desses avanços é a linha de evidências que relaciona a Esclerose Múltipla com a atividade bacteriana intestinal, ou seja, nossa flora intestinal. Várias pesquisas têm surgido dentro deste tema, e uma delas veio a público no início deste ano.
Um estudo desenvolvido por uma equipe de pesquisadores da Alemanha, Espanha e Suíça – financiado pela “National MS Society – EUA” – demonstrou que uma proteína chamada interleucina-17 (IL-17) poderia ser a chave de regulação da atividade bacteriana na flora intestinal, alterando a susceptibilidade de desenvolvimento da Esclerose Múltipla em camundongos (modelo animal de estudo da EM).
Foi verificada uma diferença na composição bacteriana intestinal dos camundongos com ausência da proteína IL-17 em relação aos camundongos normais, com interleucina-17. Porém, após compartilharem o mesmo ambiente (gaiolas), a constituição de bactérias intestinais dos roedores sem IL-17 foi se normalizando, e estes se tornaram mais suscetíveis ao desenvolvimento da esclerose múltipla.
Os resultados obtidos corroboram com a tese que conecta a ação das bactérias intestinais com os quadros de EM. Mais estudos devem ser desenvolvidos para que o tema seja verificado e aprofundado.
REFERÊNCIAS:
1- NATIONAL MS SOCIETY. Research Reveals Potential Regulator of Gut Bacteria Imbalance in MS Lab Model. February 9, 2021.
2- REGEN, T. et al. IL-17 controls central nervous system autoimmunity through the intestinal microbiome. Science Immunology. ,Vol. 6, Feb. 2021.