Quem desenvolve esclerose múltipla?

Genes podem contribuir para a ocorrência da esclerose múltipla, mas estão longe de serem suficientes para isso

Acredita-se que a esclerose múltipla afete cerca de 35 mil indivíduos no Brasil, e cerca de 2,5 milhões de pessoas no mundo todo. Embora a doença não seja contagiosa ou herdada diretamente, os epidemiologistas – cientistas que estudam os padrões da doença – identificaram fatores na distribuição da EM ao redor do mundo que podem eventualmente ajudar a determinar o que causa a doença. Esses fatores incluem gênero, genética, idade, geografia e origem étnica.

Estimativas epidemiológicas

Embora mais pessoas estejam sendo diagnosticadas com EM hoje do que no passado, as razões para isso não são claras. Contribuintes prováveis, no entanto, incluem maior conscientização sobre a doença, melhor acesso aos cuidados médicos e melhores capacidades de diagnóstico. Há evidências de que a taxa de esclerose múltipla está realmente aumentando, especialmente entre mulheres com mais de 50 anos de idade.

Idade

A maioria das pessoas é diagnosticada entre 20 e 50 anos, embora a EM possa ocorrer em crianças pequenas e adultos mais velhos. Como mencionado acima, novos casos de esclerose múltipla tem aumentado especialmente entre mulheres com mais de 50 anos de idade, quando denominamos a condição como EM de “início tardio”. Já quando a doença apresenta seus primeiros sintomas após os 50 anos de idade, a denominamos de EM de “início muito tardio”.

Geografia

Em geral, a EM é mais comum em áreas mais distantes do equador. No nosso caso, mais ao sul do Brasil. No entanto, as taxas de prevalência podem diferir significativamente entre os grupos que vivem na mesma área geográfica, independentemente da distância do equador.

A migração de uma área geográfica para outra parece alterar o risco de uma pessoa desenvolver EM. Estudos indicam que os imigrantes e seus descendentes tendem a assumir o nível de risco - maior ou menor - da área para a qual se deslocam. A mudança de risco, no entanto, pode não aparecer imediatamente. Aqueles que se mudam na primeira infância tendem a assumir os novos riscos. Para aqueles que se mudam mais tarde na vida, a mudança no nível de risco pode não aparecer até a próxima geração. Embora enfatizem a complexa relação entre fatores ambientais e genéticos na determinação de quem desenvolve a EM, esses estudos também deram suporte à opinião de que a SM é causada pela exposição precoce a algum gatilho ambiental em indivíduos geneticamente suscetíveis.

Sexo

A esclerose múltipla é pelo menos duas a três vezes mais comum em mulheres do que em homens, sugerindo que os hormônios também podem desempenhar um papel significativo na determinação da suscetibilidade à EM. Estudos sugeriram que a proporção de mulheres para homens pode ser tão alta quanto três ou quatro para um.

Genética

Pensa-se que os fatores genéticos desempenham um papel significativo na determinação de quem desenvolve a EM.

  • Estimativas da Associação Norte Americana de Esclerose Múltipla indicam uma chance de uma a cada 750 pessoas (0,1%) naquele país de de desenvolver EM. Para parentes de primeiro grau de uma pessoa com esclerose múltipla, como filhos, irmãos ou gêmeos não idênticos, o risco aumenta para aproximadamente 2,5 a 5% – sendo o risco potencialmente maior em famílias com vários membros da doença. O gêmeo idêntico de alguém com esclerose múltipla (que compartilha todos os mesmos genes) tem 25% de chance de desenvolver a doença. Se os genes fossem os únicos responsáveis ​​por determinar quem sofre de esclerose múltipla, um gêmeo idêntico de alguém com esclerose múltipla teria que obrigatoriamente desenvolver a doença, mas felizmente não é isso que ocorre.

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